Meu Deus, me dê cinco anos; me dá a mão, me cura de ser grande!



domingo, 25 de dezembro de 2011

—O que tenho, senhor?
—Fale!
—Qual o remédio, senhora?
(Silêncio)
—O que devo fazer?
(Corte)
—Quanto tempo vai demorar?
—Continue.
A resposta do psicanalista se diferencia da ciência por levar em consideração o sujeito do desejo que esta rejeita; se diferencia da religião e suas práticas por não ceder à crença num Outro que não existe assim como ao Um ditatorial das massas e seitas; se opõe à resposta do capitalista porque não foraclui, como este, a falta. Ao contrário, o analista, ao ocupar a posição de rebotalho que é própria da sua ética, faz valer as questões tanto do mal-estar do sujeito sofredor quanto do mal-estar da civilização. A isso, Freud responde: “caminhe!”, “fale!”. No lugar de responder às demandas e aspirações do ser–para-o-sexo, o psicanalista faz valer o “eu te peço que não respondas à minha demanda, porque não é isso” (Lacan, “Ou pior...”, 09/02/72).

Freud diagnostica no início do século XX o mal-estar da civilização como renúncia ao gozo sexual; Lacan, no final do século passado, o aponta como resultado do laço social dominante que é o discurso do capitalista e sua foraclusão da castração. Resultado: somos todos proletários diante do capital. Mas hoje, nossa sociedade de consumidores, microcréditos, microempresas, microcéfalos é a expressão da “civilização de metas”. Resultado: todos empresários! Eis o imperativo do supereu que transforma nossas vidas em olimpíadas, matando quem está na frente e acenando com medalhas de chocolate e louros de plástico. Ao vencedor: as batatas! (Machado de Assis, Quincas Borba, 1892).

Quais são as formas de retorno da castração foracluída? A generalização da falta-a-gozar concomitante ao empuxo ao gozo tem efeitos no sujeito individual que não se distingue do sujeito coletivo, conforme Freud, em 1921. Quais as respostas do analista orientado pela ética do desejo e do bem-dizer? A psicanálise denuncia os novos semblantes do sintoma demonstrando que sua estrutura permanece a mesma. Por ser tecido de linguagem ele é sensível à palavra, por condensar um gozo ele é reduzido pelo ato analítico. A responsabilidade do analista implica no acolhimento do sintoma e na sustentação do tratamento possível do gozo do sofrimento. Fundamentado em uma ética anticapitalista, o psicanalista desmascara os semblantes do social com os quais se travestem os discursos da dominação: os gadgets como objetos de desejo, os corpos-mercadorias, os novos produtos sólidos no lugar da fluidez dos laços, as intermináveis respostas às demandas e aspirações do ser–para-o-sexo, as violentas investidas racistas de segregação da diferença.

Opondo-se ao main stream, sem ser passadista, o psicanalista não se alia à ciência e ao capital foraclusivos que fazem crer no delírio generalizado – do somos todos Um – e nas “novas” descobertas do homem neuronal. O discurso do psicanalista é o avesso disso, fazendo dele cúmplice do negro de todas as raças (Heiner Müller). O analista se alia ao artista com seu tour de force de poesia que desvela o não-sentido de todas as coisas, os sentidos religiosos prêt-à-porter e que o sentido é dado pelo desejo de cada um.

O adulto permancece o filho do homem: a psicanálise mostra que ao criançar-se nas palavras o homem as cria com o que poetisa sua singularidade. O que não quer dizer que a psicanálise pretende uma saída individualista. Não há sujeito sem outro, diz Lacan. E sempre haverá um outro, com sua diferença e sua forma de gozo. À cloaca máxima da civilização (conforme a conferência de Lacan em 1973, no MIT), que suga o ser de sua morada de linguagem, o analista com sua clínica, em seu ato e sua interpretação, desvela a castração como constituinte de todo ser falante e o sem-razão de um Outro gozo, que é sempre diferente. E norteado pela lógica da heteridade, aponta a abertura ao novo e para a chegança sempre surpreendente do outro.

Antonio Quinet e Sonia Alberti

terça-feira, 20 de dezembro de 2011


...que o amor nunca morra... que ele circule! Há tantas formas de dar e receber amor, não é mesmo? Mas se, só por acaso, o amor acabar morrendo, que a gente encontre maneiras de fazê-lo renascer dentro das infinitas possibilidades que a vida nos dá.

"O amor nunca morre de morte natural. Añais Nin estava certa. Morre porque o matamos ou o deixamos morrer. Morre envenenado pela angústia. Morre enforcado pelo abraço. Morre esfaqueado pelas costas. Morre eletrocutado pela sinceridade. Morre atropelado pela grosseria. Morre sufocado pela desavença. Mortes patéticas, cruéis, sem obituário e missa de sétimo dia. Mortes sem sangramento. Lavadas. Com os ossos e as lembranças deslocados. O amor não morre de velhice, em paz com a cama e com a fortuna dos dedos. Morre com um beijo dado sem ênfase. Um dia morno. Uma indiferença. Uma conversa surda. Morre porque queremos que morra. Decidimos que ele está morto. Facilitamos seu estremecimento. O amor não poderia morrer, ele não tem fim. Nós que criamos a despedida por não suportar sua longevidade. Por invejar que ele seja maior do que a nossa vida. O fim do amor não será suicídio. O amor é sempre homicídio. A boca estará estranhamente carregada. Repassei os olhos pelos meus namoros e casamentos. Permiti que o amor morresse. Eu o vi indo para o mar de noite e não socorri. Eu vi que ele poderia escorregar dos andares da memória e não apressei o corrimão. Não avisei o amor no primeiro sinal de fraqueza. No primeiro acidente. Aceitei que desmoronasse, não levantei as ruínas sobre o passado. Fui orgulhoso e não me arrependi. Meu orgulho não salvou ninguém. O orgulho não salva, o orgulho coleciona mortos. No mínimo, merecia ser incriminado por omissão. Mas talvez eu tenha matado meus amores. Seja um serial killer. Perigoso, silencioso, como todos os amantes, com aparência inofensiva de balconista. Fiz da dor uma alegria quando não restava alegria. Mato; não confesso e repito os rituais. Escondo o corpo dela em meu próprio corpo. Durmo suando frio e disfarço que foi um pesadelo. Desfaço as pistas e suspeitas assim que termino o relacionamento. Queimo o que fui. E recomeço, com a certeza de que não houve testemunhas. Mato porque não tolero o contraponto. A divergência. Mato porque ela conheceu meu lado escuro e estou envergonhado. Mato e mudo de personalidade, ao invés de conviver com minhas personalidades inacabadas e falhas. Mato porque aguardava o elogio e recebia de volta a verdade. O amor é perigoso para quem não resolveu seus problemas. O amor delata, o amor incomoda, o amor ofende, fala as coisas mais extraordinárias sem recuar. O amor é a boca suja. O amor repetirá na cozinha o que foi contado em segredo no quarto. O amor vai abrir o assoalho, o porão proibido, fazer faxina em sua casa. Colocar fora o que precisava, reintegrar ao armário o que temia rever. O amor é sempre assassinado. Para confiarmos a nossa vida para outra pessoa, devemos saber o que fizemos antes com ela."

(Fabrício Carpinejar)

sábado, 17 de dezembro de 2011

 

Infinito desejo


Quando um ano novo se instala fazemos sempre um retrospecto e análise do que foi vivido. Selecionamos em nossas lembranças os acontecimentos que consideramos de maior importância. Algumas vezes, prevalecem na memória histórias e momentos de felicidade. Mas nem sempre é assim. Quando o histórico do ano que passou é feito de tristezas, nos vemos perdidos. É neste momento que devemos deixar que o sentimento de esperança fale mais alto, acreditando que virá pela frente um ano de conquistas e realizações.
O sentimento de esperança reaceso a cada começo de ano, tem uma íntima relação com a psicanálise. Esperar por algo é desejar, e o desejo é um conceito fundamental desenvolvido pela teoria psicanalítica e que aflora incessantemente no imaginário das pessoas. Desejamos saúde, amor, paz, muitas vezes desejamos desejar algo. Nossos desejos se destacam também no terreno material; desejamos uma casa, um carro, uma roupa, enfim, somos seres desejosos por essência, pois sempre falta algo pra nos completar, sempre falta algo pra nos sentirmos felizes. Se procurarmos no dicionário o significado de desejo encontraremos -ato ou efeito de desejar; aspiração humana diante de algo que corresponda ao esperado; aspiração humana de preencher um sentimento de falta ou incompletude.
Desejar vai além de necessitar, pois nossas necessidades pertencem a ordem do natural, do biológico; é como sentir fome, sentir sede. Já o desejo, é da ordem psíquica, do nosso inconsciente e está enraizado às nossas fantasias. Portanto, o desejo é próprio de humanos, já que sempre temos anseios por algo, e não nos contentamos com a satisfação do que é puramente "necessário".Mas é preciso cuidado para não estacionarmos no mundo dos desejos, deixando o tempo passar sem que nossas atitudes procurem realizações. Muitos desejam desenfreadamente, e não conseguem atingir o objetivo almejado, surgindo então o sentimento de frustração. Será que estamos preparados para lidar com o desejo e a frustração de maneira natural? Muitas pessoas conseguem superar uma expectativa ilusória, no entanto existem aquelas que acabam tomando caminhos tortos, e desviam de resoluções sadias. Nesse momento, cabe ao sujeito ter a percepção de que não está conseguindo lidar com suas frustrações e precisa pedir ajuda profissional.
Sempre estaremos a procura de algo. A busca do desejo é inesgotável, pois assim que realizamos um, já estamos prontos para desejar novamente. O psicanalista Lacan nos diz " O desejo é desejo do desejo".O que nos resta é viver em busca daquilo que no satisfaz saudavelmente, entendendo que as vezes realizaremos o que buscamos e em outros momentos, temos sim que lidar com o inesperado, mas sempre olhando o novo com expectativas e principalmente com atitudes e esperança para realizá-los...
 
* Desconheço autoria...trecho retirado do blog Freud Explica...

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

“Um cara vai ao psiquiatra e diz: “Doutor, meu irmão é louco. Ele acha que é uma galinha”. O doutor diz: “Por que não o convence do contrário?” O cara diz: “É, mas eu preciso dos ovos”. Bem, acho que é o que eu acho dos relacionamentos hoje. São totalmente irracionais, loucos e absurdos. Mas continuamos neles porque a maioria de nós precisa de ovos.”

(Do filme: Annie Hall, Woody Allen)

domingo, 4 de dezembro de 2011


 
 
Todos buscamos aquela pessoa especial que é certa para nós. Mas quando já passamos por relacionamentos suficientes, começamos a desconfiar que não existe a pessoa certa, apenas gostamos das pessoas erradas. Por que é assim? Porque nós mesmos somos errados de algum modo,e buscamos parceiros errados de algum modo complementar. Mas é preciso muita vivência para crescer plenamente em nossa inadequação.... Só quando nos vemos diante de nossos demônios mais profundos - nossos problemas insolúveis, os que nos tornam verdadeiramente o que somos - estamos prontos para encontrar o parceiro de toda a vida. Só então sabemos finalmente o que estamos procurando. Vivemos à procura da pessoa errada. Mas não apenas qualquer uma: a pessoa errada certa" – alguém a quem olhamos com amor e pensamos : "Este é o problema que eu quero ter."

Epígrafe do livro "Segunda Chance", de Daniele Steell

quarta-feira, 30 de novembro de 2011



Você pode encontrar as coisas que perdeu, mas nunca as que abandonou.




E é nisto que se resume o sofrimento:
cai à flor – e deixa o perfume
no vento !


( Cecília Meireles )


Continuo amando a Deus, mesmo quando os "milagres" que eu imploro não acontecem.
Continuo acreditanto em Deus, mesmo quando os pedidos que faço em minhas orações não são atendidos.
Pois os milagres que imploro,e os pedidos que faço, se baseiam em minha vontade e Deus não está aqui para me dar o que eu desejo. Deus está aqui para me dar o que eu preciso.

( Padre Fábio de melo )

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

 

O Que Será (à Flor da Pele)

Chico Buarque

O que será que me dá
Que me bole por dentro, será que me dá
Que brota à flor da pele, será que me dá
E que me sobe às faces e me faz corar
E que me salta aos olhos a me atraiçoar
E que me aperta o peito e me faz confessar
O que não tem mais jeito de dissimular
E que nem é direito ninguém recusar
E que me faz mendigo, me faz implorar
O que não tem medida, nem nunca terá
O que não tem remédio, nem nunca terá
O que não tem receita


O que será que será
Que dá dentro da gente e que não devia
Que desacata a gente, que é revelia
Que é feito uma aguardente que não sacia
Que é feito estar doente de uma folia
Que nem dez mandamentos vão conciliar
Nem todos os ungüentos vão aliviar
Nem todos os quebrantos, toda alquimia
Que nem todos os santos, será que será
O que não tem descanso, nem nunca terá
O que não tem cansaço, nem nunca terá
O que não tem limite


O que será que me dá
Que me queima por dentro, será que me dá
Que me perturba o sono, será que me dá
Que todos os ardores me vêm atiçar
Que todos os tremores me vêm agitar
E todos os suores me vêm encharcar
E todos os meus nervos estão a rogar
E todos os meus órgãos estão a clamar
E uma aflição medonha me faz suplicar
O que não tem vergonha, nem nunca terá
O que não tem governo, nem nunca terá
O que não tem juízo



--- É aquilo que chega sem avisar...que a gente  não sabe se vai ficar...e a gente não encontra nome pra dá...e aquela angústia a sufocar...e da mesma forma que chegou ela se vai...mas eu sei que ela vai voltar!!!


sexta-feira, 14 de outubro de 2011

"Ficar com muita gente é fácil", diz um amigo meu, com pouco mais de 25 anos. "Difícil é achar alguém especial". Faz algum tempo que tivemos essa conversa. Ele tentava me explicar por quê, em meio a tantas garotas bonitas, a tantas baladas e viagens, ele não se decidia a namorar. Ele não disse que estava sobrando mulher. Não disse que seria um desperdício escolher apenas uma. Não falou em aproveitar a juventude ou o momento e nem alegou que teria dificuldade em escolher. Disse apenas que é difícil achar alguém especial.
Na hora, parado com ele na porta do elevador, aquilo me pareceu apenas uma desculpa para quem, afinal, está curtindo a abundância. Foi depois que eu vim a pensar que existe mesmo gente especial, e que é difícil topar com uma delas. Claro, o mundo está cheio de gente bonita. Também há pessoas disponíveis para quase tudo, de sexo a asa delta. Para encontrar gente animada, basta ir ao bar, descobrir a balada, chegar na festa quando estiver bombando. Se você não for muito feio ou muito chato, vai se dar bem. Se você for jovem e bonita, vai ter possibilidade de escolher. Pode-se viver assim por muito tempo, experimentando, trocando de gente sem muita dor e quase sem culpa, descobrindo prazeres e sensações que, no passado, estariam proibidos, especialmente às mulheres. Mas talvez isso tudo não seja suficiente. Talvez seja preciso, para sentir-se realmente vivo, um tipo de sensação que não se obtém apenas trocando de parceiro ou de parceira toda semana. Talvez seja preciso, depois de algum tempo na farra, ficar apaixonado. Na verdade, ficar apaixonado pode ser aquilo que nós procuramos o tempo inteiro – mas isso, diria o meu jovem amigo, exige alguém especial.
Desde que ele usou essa fatídica expressão, eu fiquei pensando, mesmo contra a minha vontade, sobre o que seria alguém especial, e ainda não encontrei uma resposta satisfatória. Provavelmente porque ela não existe. Você, certamente, já passou pela sensação engraçada de ouvir um amigo explicando, incansavelmente, por que aquela garota por quem ele está apaixonado é a mulher mais linda e mais encantadora do mundo – sem que você perceba, nela, nada de especial. OK, a garota é bonitinha. OK, o sotaque dela é charmoso. Mas, quem ouvisse ele falando, acharia que está namorando a irmã gêmea da Mila Kunis. Para ele, ela é única e quase sobrenatural, e isso basta. Disso se deduz, eu acho, que a pessoa especial é aquela que nos faz sentir especial.
Tenho uma amiga que anda apaixonada por um sujeito que eu, com a melhor boa vontade, só consigo achar um coxinha. Mas o tal rapaz, que parece que nasceu no cartório, faz com que ela se sinta a mulher mais sensual e mais arrebatada do planeta. É uma química aparentemente inexplicável entre um furacão e um copo de água mineral sem gás, mas que parece funcionar maravilhosamente. Ela, linda e selvagem como um puma da montanha, escolheu o cara que toma banho engravatado, entre tantos outros que se ofereciam, porque ele a faz sentir-se de um modo que ninguém mais faz. E isso basta.
É preciso admitir que há gente que parece especial para todo mundo. Não estou falando de atores e atrizes ou qualquer dessas celebridades que colonizam as nossas fantasias sexuais como cupins. Falo de gente normal extremamente sedutora. Isso existe, entre homens e entre mulheres. São aquelas pessoas com quem todo mundo quer ficar. Aquelas por quem um número desproporcional de seres humanos é apaixonado. Essas pessoas existem, estão em toda parte, circulam entre nós provocando suspiros e viradas de pescoço, mas não acho que sejam a resposta aos desejos de cada um de nós. Claro, todo mundo quer uma chance de ficar com uma pessoa dessas. Mas, quando acontece, não é exatamente aquilo que se imaginava. Você pode descobrir que a pessoa que todo mundo acha especial não é especial para você.
Da minha parte, tendo pensado um pouco, acho que a pessoa especial é aquela que enche a minha vida. Ela é a resposta às minhas ansiedades. Ela me dá aquilo que eu nem sei que eu preciso – às vezes é paz, outras vezes confusão. Eu tenho certeza que ela é linda, porque não consigo deixar de olhá-la. Tenho certeza que é a pessoa mais sensual do mundo, uma vez que eu não consigo tirar as mãos dela. Certamente é brilhante, já que ela fala e eu babo. E, claro, a mulher mais engraçada do mundo, pois me faz rir o tempo inteiro. Tem também um senso de humor inteligentíssimo, visto que adora as minhas piadas. Com ela eu viajo, durmo, como, transo e até brigo bem. Ela extrai o melhor e o pior de mim, faz com que eu me sinta inteiro.
Deve ser isso que o meu amigo tinha em mente quando se referia a alguém especial. Se for isso, vale a pena. As pessoas que passam na nossa vida são importantes, mas, de vez em quando, alguém tem de cavar um buraco bem fundo e ficar. Essas são as especiais e não são fáceis de achar.

"É isso que você quer – ou um monte de gente basta?", por Ivan Martins.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes, mas não esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo. E que posso evitar que ela vá à falência.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma.
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um não. É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.

Desejo que você
Não tenha medo da vida, tenha medo de não vivê-la.
Não há céu sem tempestades, nem caminhos sem acidentes.
Só é digno do pódio quem usa as derrotas para alcançá-lo.
Só é digno da sabedoria quem usa as lágrimas para irrigá-la.
Os frágeis usam a força; os fortes, a inteligência.
Seja um sonhador, mas una seus sonhos com disciplina,
Pois sonhos sem disciplina produzem pessoas frustradas.
Seja um debatedor de idéias. Lute pelo que você ama.

Um dia uma criança chegou diante de um pensador e perguntou-lhe:”Que tamanho tem o universo?”Acariciando a cabeça da criança,ele olhou para o infinito e respondeu:”O universo tem o tamanho do seu mundo.”Perturbada,ela novamente indagou:”Que tamanho tem meu mundo?”O pensador respondeu:”Tem o tamanho dos seus sonhos.”Se seus sonhos são pequenos,sua visão será pequena,suas metas serão limitadas,seus alvos serão diminutos,sua estrada será estreita,sua capacidade de suportar as tormentas será frágil.Os sonhos regam a existência com sentido.Se seus sonhos são frágeis,sua comida não terá sabor,suas primaveras não terão flores,suas manhãs não terão orvalho,sua emoção não terá romances.A presença dos sonhos transforma os miseráveis em reis,faz dos idosos,jovens,e a ausência deles transforma milionários em mendigos faz dos jovens idosos.Os sonhos trazem saúde para a emoção, equipam o frágil para ser autor da sua história,fazem os tímidos terem golpes de ousadia e os derrotados serem construtores de oportunidades.Sonhe!"

                                                                                                                                        Augusto Cury


*Enviada por Rhayane Karla --- te amoo Flor ^=^

terça-feira, 27 de setembro de 2011


Bob Esponja: O que você costuma fazer quando eu vou embora?
Patrick:
Espero você voltar.

sábado, 17 de setembro de 2011



É melhor você ter uma mulher engraçada do que linda, que sempre te acompanha nas festas, adora uma cerveja, gosta de futebol, prefere andar de chinelo e vestidinho, ou então calça jeans desbotada e camiseta básica, faz academia quando dá, come carne, é simpática, não liga pra grana, só quer uma vida tranqüila e saudável, é desencanada e adora dar risada. Do que ter uma mulher perfeitinha, que não curte nada, se veste feito um manequim de vitrine, nunca toma porre e só sabe contar até quinze, que é até onde chega a sequência de bíceps e tríceps. Legal mesmo é mulher de verdade. E daí se ela tem celulite? O senso de humor compensa. Pode ter uns quilinhos a mais, mas é uma ótima companheira. Pode até ser meio mal educada quando você larga a cueca no meio da sala, mas e daí? Porque celulite, gordurinhas e desorganização têm solução. Mas ainda não criaram um remédio pra futilidade!
(Arnaldo Jabour)









A tradução é algo como:

Ama e ri se  amor te corresponde
Chore forte se não o sente
Dos diamantes não se nasce nada
Do adubo nascem as flores

 Caminito, Buenos Aires - olheosmuros

O pequeno príncipe pergunta a serpente:
 Você não se sente sozinha aqui no deserto?
E ela lhe responde:
 — No meio da multidão também nos sentimos sozinhos

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

 
Dizem que os bebês choram quando a mãe se ausenta por dez minutos, pois para eles aquela foi uma partida definitiva. Eles não sabem que as pessoas vão e voltam. E quem sabe?

Pedro Bia

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

 
 
 
***
"Das várias formas possíveis de infelicidade, me parece mais aflitiva não é necessariamente a que mais dói. Muito mais trágico me parece o destino de quem atravessa a vida sem se molhar, como se os efeitos (felizes ou nefastos) escorressem sobre a pele como água sobre as plumas de um pato. Com seus altos e baixos, imagine nossa vida como uma breve passagem por um circuito de montanhas- russas. Quem atravessasse a experiência anestesiado, sem gritos, pavor e risos, teria jogado fora o dinheiro do bilhete. Tenho a ambição, ao contrário, de ajudar meus pacientes a viver de tal forma que, chegando o fim, eles possam dizer-se que a corrida foi boa."

(Cartas a um jovem terapeuta, Contardo Calligaris, p. 152)
 
 
***
 
 
 

"Piglet (Leitão): Como se soletra amor?
Pooh: Você não o soletra. Você o sente."

quarta-feira, 7 de setembro de 2011





Minha mensagem hoje é:

A vida é curta, quebre as regras, perdoe rapidamente, beije suavemente, ame de verdade, ria sem controle, e nunca se arrependa de algo que lhe fez sorrir...

sábado, 3 de setembro de 2011

Bem me quer ou malmequer???

Diz o senso-comum que amar é não esperar nada em troca. Pois eu duvido. Mais me parece que o amor é uma via de duas mãos. Aquele que ama deseja também receber amor. Nesse sentimento, todos querem ser correspondidos. Para a maior parte das pessoas, amar sozinho é insuficiente, inodoro, insosso e insípido.

Amar é desejar ser amado. O amor humano é algo bastante exigente e inseguro. O amante dificilmente tem a certeza de ser correspondido. Vive pedindo provas disso. Acontece que o amor é coisa que se experimenta, não se prova. Isto é, nenhuma prova de amor é suficiente. E isso não é privilégio do amor romântico, é assim com todas as relações.

A mãe quer que o filho, que é introvertido e seco, lhe diga o quanto a ama. O pai quer que aquele filho que tem dificuldade na escola, tire notas altas. O namorado quer que a namorada, recatada, faça estripulias no sexo. A namorada, que tem um par que é aversivo ao casamento, quer justamente isso dele: se casar. É, o amor pede justamente aquilo que o outro não pode dar.

Que graça tem ganhar beijos de um beijoqueiro? Receber flores do dono da floricultura? Ganhar poemas do poeta? Isso tudo é café pequeno. O amor é megalomaníaco e quer o impossível.

Porque o que o ser humano deseja é se sentir especial. Não se contenta em ser amado, quer mais, quer que o outro lhe mostre isso. Quer que o amado mova montanhas, transforme água em vinho.

Mas isso tudo é puro jogo que o sentimento e a razão fazem. Porque racionalmente, esse desejo de querer provas de amor não faz o menor sentido. Principalmente porque, se acontece de uma pessoa conseguir, efetivamente, provar o seu amor à outra pessoa, o jogo acaba. E o amado se queixa de se sentir “sufocado”. Diz que o outro “perdeu a graça”.

O amor está sempre escondendo algo, tem sempre algo de oculto. Porque aquele que ama faz as palavras serem insuficiente. Não sabe dizer ou explicar o amor ou a escolha pelo amante. O amor é uma paixão de desconhecimento. Por um lado não se sabe por que se ama, por outro lado não se sabe se é também amado.

Amar é pisar em ovos. Porque toda a graça está na dúvida. Ele(a) me ama, ele(a) não me ama, ele(a) me ama, ele não me ama. Bem-me-quer, mal-me-quer.



Uma pequena minoria de pessoas acha-se capacitada,
por sua constituição, a encontrar felicidade no caminho do amor.
(Freud, em O mal-estar na civilização)



Texto publicado na Revista Energia, no mês de agosto.


Não sei se o mundo é bom
Mas ele está melhor
Desde que você chegou
E perguntou:
Tem lugar pra mim? ' ♫
((Nando Reis))
 
 
 Aí teve aquela cena também, De quando eu fui te dar tchau.
(…) E você olhou e me perguntou: "Não to esquecendo nada?"
E eu quis gritar: "Tá, tá esquecendo de mim."
E você depois perguntou: "Não tem nada meu aí?"
E eu quis gritar: "Tem, tem eu. Eu sempre fui sua." 

quarta-feira, 31 de agosto de 2011



"Não somos apenas o que pensamos ser.
Somos mais; somos também, o que lembramos
e aquilo de que nos esquecemos;
somos as palavras que trocamos,
os enganos que cometemos,
os impulsos a que cedemos,“sem querer“.

(Sigmund Freud)
* Freudzinho ^=^ rsrs

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

''E me dá uma saudade irracional de você. 
Uma vontade de chegar perto, de só chegar perto, te olhar sem dizer nada, talvez recitar livros, quem sabe só olhar estrelas... dizer que te considero - pode ser por mais um mês, por mais um ano, ou quem sabe por uma vida - e que hoje, só por hoje ou a partir de hoje (de ontem, de sempre e de nunca), é sincero."

Caio F. Abreu

quarta-feira, 24 de agosto de 2011



"E se disserem que o amor enfraquece com o tempo, diga a eles que o tempo não existe."

- Jack Jonhson -

sábado, 13 de agosto de 2011

 
 
É difícil me iludir, porque não costumo esperar muito de ninguém. Odeio dois beijinhos, aperto de mão, tumulto, calor, gente burra e quem não sabe mentir direito. Não puxo saco de ninguém, detesto que puxem meu saco também. Não faço amizades por conveniência, não sei rir se não estou achando graça. Que coisas são essas que me dizes sem dizer, escondidas atrás do que realmente quer dizer? Tenho me confundido na tentativa de te decifrar, todos os dias. Mas confuso, perdido, sozinho, minha única certeza é que de cada vez aumenta ainda mais minha necessidade de ti. Torna-se desesperada, urgente. Hoje eu saí de casa tão feliz, que nem me lembrei que em algumas horas a tristeza bate, me sacode e me faz sentir dores que eu não imaginava que continuavam ali. Fico pensando que nunca mais vai se repetir, é só uma vez, a única, e vai me magoar sempre. Nós nos inventamos um ao outro porque éramos tudo o que precisávamos para continuar vivendo.

Caio F. Abreu
 
 
 
 
 


Aquele menino trazia na testa a marca inconfundível: pertencia àquela espécie de gente que mergulha nas coisas às vezes sem saber por que, não sei se na esperança de decifrá-las ou se apenas pelo prazer de mergulhar. Essas são as escolhidas - as que vão ao fundo, ainda que fiquem por lá. (...) Ele não era um menino comum, isso eu soube desde que o vi. Ainda que andasse vestido da mesma maneira que os outros, tivesse as mesmas conversas e as mesmas brincadeiras, eu sempre pressenti nele aquele sangue que não corria nos outros. (...) Parecia não saber andar no chão, parecia não ter peso nenhum: era inteiro leveza, amor, bondade, embora houvesse na lentidão de seus gestos qualquer coisa de definitivo.
Caio F. Abreu, falando dele por mim. <3
 

Quando enfrentar duas escolhas, basta jogar uma moeda. Não funciona porque não resolve as questões pra você, mas nesse breve momento, quando a moeda está no ar… subitamente você sabe o que esta esperando.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011


"É isto que amamos nos outros: o lugar vazio que eles abrem para
que ali cresçam as nossas fantasias. Buscamos, no outro, não a
sabedoria do conselho, mas o silêncio da escuta; não a solidez
do músculo, mas o colo que acolhe.
Como seria bom se as outras pessoas fossem vazias como o céu, e
não tão cheias de palavras, de ordens, de certezas.
Só podemos amar as pessoas que se parecem com o céu, onde podemos
fazer voar nossas fantasias como se fossem pipas..."
(Rubem Alves)





quinta-feira, 4 de agosto de 2011




Eu me comportar???
Desde pequeno vi o Tarzan andar pelado. Cinderela chegava meia noite. Pinocchio mentia. Aladim era ladrão. Batman dirigia a 320 km/h. Branca de Neve morava com 7 homens. Popeye fumava grama e era todo tatuado. E o PacMan corria numa sala escura com música eletrônica comendo pílulas que o deixavam acelerado. TARDE DEMAIS! A culpa é da INFÂNCIAl!
(Desconheço Autoria)




domingo, 24 de julho de 2011




Só a leve esperança, em toda a vida,
Disfarça a pena de viver, mais nada:
Nem é mais a existência, resumida,
Que uma grande esperança malograda.

O eterno sonho da alma desterrada,
Sonho que a traz ansiosa e embevecida,
É uma hora feliz, sempre adiada
E que não chega nunca em toda a vida.

Essa felicidade que supomos,
Árvore milagrosa, que sonhamos
Toda arreada de dourados pomos,

Existe, sim: mas nós não a alcançamos
Porque está sempre apenas onde a pomos
E nunca a pomos onde nós estamos.

Felicidade de Vicente de Carvalho











Temos pressa para ouvir "Eu Te Amo".Não vemos a hora de que fiquem estabelecidas as regras de convívio: somos namorados, ficantes, casados, amantes? Urgência emocional. Uma cilada.Associamos diversas palavras ao Amor: paixão, romance, sexo, adrenalina, palpitação. Esquecemos no entanto da palavra que viabiliza esse sentimento: PACIÊNCIA. Amor sem paciência não vinga. Amor não pode ser mastigado e engolido com emergência, com fome desesperada. É preciso degustar cada pedacinho do Amor. Mas não! Temos urgência. Queremos a resposta do email ainda hoje, queremos que o telefone toque sem parar, queremos que ele(a) se apaixone assim que souber nosso nome, queremos que ele(a) se renda logo após o 1º beijo e não toleramos recusas, não respeitamos dúvidas, não abrimos espaço na agenda para esperar.Pobres de nós, que só queremos uma coisa nessa vida: sermos Amados.Atiramos para todos os lados e somos baleados por qualquer um. E o coração leva um monte de pontos por causa dessa tragédia chamada "PRESSA".
(Desconheço Autoria)











Fizeram a gente acreditar:
...que amor mesmo, pra valer, só acontece uma vez, geralmente antes dos 30 anos. Que cada um de nós é a metade de uma laranja e que a vida só ganha sentido quando encontramos a outra metade. Que casamento é obrigatório e que desejos fora de hora devem ser reprimidos. Que os bonitos e magros são mais amados, que os que transam pouco são caretas, que os que transam muito não são confiáveis e que sempre haverá um chinelo velho para um pé torto. (...) Que há só uma fórmula para ser feliz, a mesma para todos, e que os que escapam dela estão condenados à marginalidade...
Não nos contaram que amor não é acionado, que há muito mais cabeça torta do que pé torto, que estas "fórmulas" dão errado... Que podemos tentar outras alternativas!
Ah! Também não contaram que ninguém vai contar isso tudo pra gente... Cada um vai ter que descobrir sozinho.E aí, quando você estiver muito apaixonado por você mesmo, vai poder ser muito feliz e se apaixonar por alguém.
(Desconheço Autoria)















"Hoje eu acordei sem ter quem amar, mas aí eu olhei no espelho e vi, pela primeira vez na vida, a única pessoa que pode realmente me fazer feliz."











Um amigo me chamou para cuidar da dor dele.
Guardei a minha no bolso. E fui.

Pálpebras de Neblina - Caio F.
* Amizade é tudo...








"Estamos na era do fast-food e da digestão lenta, do homem grande de caráter pequeno, lucros acentuados e relações vazias. Essa é a era de dois empregos, vários divórcios, casas chiques e lares despedaçados. Essa é a era das viagens rápidas, fraldas e moral descartáveis, das rapidinhas, dos cérebros ocos e das pílulas 'mágicas'.
Um momento de muita coisa na vitrine e muito pouco na dispensa."  
(Desconheço Autoria)















"Não precisa ser perfeito, precisa ser verdadeiro."






"Deixe-me ir, preciso andar.
Vou por aí a procurar.
Rir prá não chorar...
Se alguém por mim perguntar, diga que eu só vou voltar,
depois que me encontrar.
Quero assistir ao sol nascer, ver as águas dos rios correr,
ouvir os pássaros cantar.
Eu quero nascer.
Eu quero VIVER."
(Cartola - Preciso me Encontrar)







sábado, 23 de julho de 2011

Eu sei. É que tem gente que precisa da ausência pra querer a presença. Aprendi. E a gente aceita o amor que acha que merece.


"Pra falar verdade, às vezes minto, tentando ser metade do inteiro que eu sinto, pra dizer às vezes que às vezes não digo, sou capaz de fazer da minha briga meu abrigo, 'tanto faz' não satisfaz o que preciso, além do mais quem busca nunca é indeciso, eu busquei quem sou, você pra mim mostrou, que eu não sou sozinha nesse mundo. Cuida de mim enquanto não me esqueço de você, cuida de mim enquanto finjo que sou quem eu queria ser". Cuida de Mim (O Teatro Mágico)






"Se você tivesse chegado antes, eu não teria notado. Se demorasse um pouco mais, eu não teria esperado. Você anda acertando muita coisa, mesmo sem perceber. Você tem me ganhado nos detalhes e aposto que nem desconfia. Mas já que você chegou no momento certo, vou te pedir que fique. Mesmo que o futuro seja de incertezas, mesmo que não haja nada duradouro prescrito pra gente. Esse é um pedido egoísta, porque na verdade eu sei que se nada der realmente certo, vou ficar sem chão. Mas por outro lado, posso te fazer feliz também. É um risco. Eu pulo, se você me der a mão."

(Verônica H.)





terça-feira, 19 de julho de 2011

 
'Que cara é essa de quem tá esperando quem não prometeu chegar?'









A cabeça às vezes diz: "Quem se importa?". E o coração então sussurra: "Você, estúpido..."









Juízo? Já tive isso um dia…
Mas troquei por um coração!
-Tem noção do tamanho do prejuízo?









Gostei...rsrs