Meu Deus, me dê cinco anos; me dá a mão, me cura de ser grande!
terça-feira, 27 de setembro de 2011
sábado, 17 de setembro de 2011
É melhor você ter uma mulher engraçada do que linda, que sempre te acompanha nas festas, adora uma cerveja, gosta de futebol, prefere andar de chinelo e vestidinho, ou então calça jeans desbotada e camiseta básica, faz academia quando dá, come carne, é simpática, não liga pra grana, só quer uma vida tranqüila e saudável, é desencanada e adora dar risada. Do que ter uma mulher perfeitinha, que não curte nada, se veste feito um manequim de vitrine, nunca toma porre e só sabe contar até quinze, que é até onde chega a sequência de bíceps e tríceps. Legal mesmo é mulher de verdade. E daí se ela tem celulite? O senso de humor compensa. Pode ter uns quilinhos a mais, mas é uma ótima companheira. Pode até ser meio mal educada quando você larga a cueca no meio da sala, mas e daí? Porque celulite, gordurinhas e desorganização têm solução. Mas ainda não criaram um remédio pra futilidade!
A tradução é algo como:
Ama e ri se amor te corresponde
Chore forte se não o sente
Dos diamantes não se nasce nada
Do adubo nascem as flores
Caminito, Buenos Aires - olheosmuros
sexta-feira, 16 de setembro de 2011
quarta-feira, 14 de setembro de 2011
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"Das várias formas possíveis de infelicidade, me parece mais aflitiva não é necessariamente a que mais dói. Muito mais trágico me parece o destino de quem atravessa a vida sem se molhar, como se os efeitos (felizes ou nefastos) escorressem sobre a pele como água sobre as plumas de um pato. Com seus altos e baixos, imagine nossa vida como uma breve passagem por um circuito de montanhas- russas. Quem atravessasse a experiência anestesiado, sem gritos, pavor e risos, teria jogado fora o dinheiro do bilhete. Tenho a ambição, ao contrário, de ajudar meus pacientes a viver de tal forma que, chegando o fim, eles possam dizer-se que a corrida foi boa."
(Cartas a um jovem terapeuta, Contardo Calligaris, p. 152)
"Das várias formas possíveis de infelicidade, me parece mais aflitiva não é necessariamente a que mais dói. Muito mais trágico me parece o destino de quem atravessa a vida sem se molhar, como se os efeitos (felizes ou nefastos) escorressem sobre a pele como água sobre as plumas de um pato. Com seus altos e baixos, imagine nossa vida como uma breve passagem por um circuito de montanhas- russas. Quem atravessasse a experiência anestesiado, sem gritos, pavor e risos, teria jogado fora o dinheiro do bilhete. Tenho a ambição, ao contrário, de ajudar meus pacientes a viver de tal forma que, chegando o fim, eles possam dizer-se que a corrida foi boa."
(Cartas a um jovem terapeuta, Contardo Calligaris, p. 152)
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quarta-feira, 7 de setembro de 2011
sábado, 3 de setembro de 2011
Bem me quer ou malmequer???
Diz o senso-comum que amar é não esperar nada em troca. Pois eu duvido. Mais me parece que o amor é uma via de duas mãos. Aquele que ama deseja também receber amor. Nesse sentimento, todos querem ser correspondidos. Para a maior parte das pessoas, amar sozinho é insuficiente, inodoro, insosso e insípido.
Amar é desejar ser amado. O amor humano é algo bastante exigente e inseguro. O amante dificilmente tem a certeza de ser correspondido. Vive pedindo provas disso. Acontece que o amor é coisa que se experimenta, não se prova. Isto é, nenhuma prova de amor é suficiente. E isso não é privilégio do amor romântico, é assim com todas as relações.
A mãe quer que o filho, que é introvertido e seco, lhe diga o quanto a ama. O pai quer que aquele filho que tem dificuldade na escola, tire notas altas. O namorado quer que a namorada, recatada, faça estripulias no sexo. A namorada, que tem um par que é aversivo ao casamento, quer justamente isso dele: se casar. É, o amor pede justamente aquilo que o outro não pode dar.
Que graça tem ganhar beijos de um beijoqueiro? Receber flores do dono da floricultura? Ganhar poemas do poeta? Isso tudo é café pequeno. O amor é megalomaníaco e quer o impossível.
Porque o que o ser humano deseja é se sentir especial. Não se contenta em ser amado, quer mais, quer que o outro lhe mostre isso. Quer que o amado mova montanhas, transforme água em vinho.
Mas isso tudo é puro jogo que o sentimento e a razão fazem. Porque racionalmente, esse desejo de querer provas de amor não faz o menor sentido. Principalmente porque, se acontece de uma pessoa conseguir, efetivamente, provar o seu amor à outra pessoa, o jogo acaba. E o amado se queixa de se sentir “sufocado”. Diz que o outro “perdeu a graça”.
O amor está sempre escondendo algo, tem sempre algo de oculto. Porque aquele que ama faz as palavras serem insuficiente. Não sabe dizer ou explicar o amor ou a escolha pelo amante. O amor é uma paixão de desconhecimento. Por um lado não se sabe por que se ama, por outro lado não se sabe se é também amado.
Amar é pisar em ovos. Porque toda a graça está na dúvida. Ele(a) me ama, ele(a) não me ama, ele(a) me ama, ele não me ama. Bem-me-quer, mal-me-quer.
Uma pequena minoria de pessoas acha-se capacitada,
por sua constituição, a encontrar felicidade no caminho do amor.
(Freud, em O mal-estar na civilização)
Texto publicado na Revista Energia, no mês de agosto.
* Retirado do Blog Significantes
Aí teve aquela cena também, De quando eu fui te dar tchau.
(…) E você olhou e me perguntou: "Não to esquecendo nada?"
(…) E você olhou e me perguntou: "Não to esquecendo nada?"
E eu quis gritar: "Tá, tá esquecendo de mim."
E você depois perguntou: "Não tem nada meu aí?"
E você depois perguntou: "Não tem nada meu aí?"
E eu quis gritar: "Tem, tem eu. Eu sempre fui sua."
(( Caio Fernando Abreu ))
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