Meu Deus, me dê cinco anos; me dá a mão, me cura de ser grande!



terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Só a leve esperança, em toda a vida,
Disfarça a pena de viver, mais nada:                                           
Nem é mais a existência, resumida,
Que uma grande esperança malograda.

O eterno sonho da alma desterrada,
Sonho que a traz ansiosa e embevecida,
É uma hora feliz, sempre adiada
E que não chega nunca em toda a vida.

Essa felicidade que supomos,
Árvore milagrosa, que sonhamos
Toda arreada de dourados pomos,

Existe, sim: mas nós não a alcançamos
Porque está sempre apenas onde a pomos
E nunca a pomos onde nós estamos.

Felicidade de Vicente de Carvalho

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